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Biogeografia

Biogeografia

O aquecimento global está nos jornais praticamente todos os dias. As geleiras “derre-tem”, o clima “enlouquece”, espécies desaparecem e os desastres ambientais são cada vez mais frequentes. No entanto, há quem conteste, desafiando a realidade e a ciência.

Como a sociedade pode enfrentar o problema? A resposta é complexa, porque envolve uma interdisciplinaridade que estamos longe de administrar, especialmente no Brasil, um dos países mais afetados pelas agressões ao ambiente.

A sociedade e os governantes deveriam acatar o suporte de cientistas das várias áreas que detectam problemas e sugerem políticas de proteção ambiental. Nem sempre acontece, devido as manobras políticas e econômicas, contaminadas por interesses escusos, ignorância e preconceito.

O livro de James Brown e Mark Lomolino, “Biogeografia”, em segunda edição pela Funpec, mostra como nos últimos anos a biogeografia sofreu mudanças, incorporando ecologia, evolução, sistemática, paleobiologia, geografia e as ciências físicas da Terra. Este livro é básico para entender o conjunto do desafio da humanidade neste século, pois focaliza as distribuições geográficas de organismos e padrões de diversidade biológica.

Basicamente, a biogeografia estuda a distribuição de organismos e as variações do pas-sado e do presente no planeta. Brown e Lomolino, em “Biogeografia”, explicam, por exemplo, as razões de determinadas espécies viverem em locais específicos. Os autores estão familiariza-dos com conceitos ecológicos, pesquisam a fisiologia, anatomia e desenvolvimento de grupos de animais e plantas. Além disso, observam as alterações climáticas, como o avanço do mar em certas regiões, o aparecimento de ilhas etc.

A biogeografia, como comprova o livro “Biogeografia” é de extrema necessidade para os interessados em defender o ambiente degradado e ameaçado da Terra, o que leva o homem a entender dignamente o próprio homem. O estudo da biogeografia, apoiando-se na interdiscipli-naridade biogeográfica, abre horizontes para entender o processo agressivo motivado pela espe-culação financeira e ignorância sobre o ambiente em que vivemos.

Nesse sentido interdisciplinar, além dos fatos materiais de agressão à natureza, percebe-se que o problema também é filosófico. Como dizia um filósofo já na metade do século XIX, “o comportamento tacanho dos homens em face da natureza condiciona seu comportamento taca-nho entre eles”. Esta é uma das razões que inibem pessoas desinformadas a aceitarem a evidên-cia científica e a necessidade de defender o ambiente.

Brumadinho

Uma prova trágica da necessidade do amplo conhecimento sobre a diversidade ambien-tal é a tragédia de Brumadinho. Como se sabe, em 25 de janeiro de 2019 a barragem de dejetos rompeu-se e uma avalanche de lixo industrial altamente tóxico se esparramou pela área de Maria-na (MG) em um dos maiores desastres industrial e ambiental do país. Morreram 259 pessoas e outras 11 são consideradas “desaparecidas”.
Sem entrarmos na polêmica das “culpas” e “responsabilidades”, sabemos que o desastre poderia ser evitado, houvesse acatamento às técnicas e cuidados recomendados por profissio-nais de cada área. Por exemplo, geólogos sabiam que o terreno da barragem, pressionado por volume enorme de dejetos, se “moveria”. Engenheiros previam que a barragem não suportaria o peso em excesso. E ambientalistas, munidos de várias informações, temiam que além dos prejuí-zos ecológicos ocorreriam as mortes, contaminação dos rios, desaparecimento de espécies, plan-tações etc.

Essa interligação nos leva, novamente, à “Biogeografia”, livro interdisciplinar de apoio fundamental para entendermos o conjunto de fenômenos dos quais depende o equilíbrio ecoló-gico.

Mineração

A biogeografia pode “mapear” uma vasta extensão em que a diversidade biológica de-pende do equilíbrio existente. Isso afeta não só a fauna, a flora, mas também os seres humanos. Tomemos como exemplo as áreas de preservação ambiental e indígena, hoje ameaçadas pela mineração clandestina e, pior ainda, a disposição de “legalizar” o trabalho dessas mineradoras.

Para destacar essas ameaças a biogeografia vale-se de conhecimento antropológico e de várias ciências ligadas à preservação ambiental. Para entender o processo da contaminação dos rios pelo mercúrio, utilizam-se técnicas de análise não só da água, como o estudo das plantas ribeirinhas e seu papel na proteção das margens, a existência de riachos, fontes etc.

“Biografia” é um livro fundamental para nos revelar a complexidade do problema ambi-ental e como enfrentar as ameaças contra o equilíbrio da natureza. Isto é, da própria vida.

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